segunda-feira, 29 de março de 2010

De Turibinho para Turibão...

Carta destinada ao meu amigo, meu pai...

OBS - Escrita em 17 de março de 2010, no dia em que ele deu entrada na UTI. Lida dia 28 de março do mesmo ano, minutos antes dele falecer...


Tantas coisas a serem ditas, mas acho que a melhor resposta neste momento seja o silêncio.

Até porque, precisamos as vezes ficarmos quietos e sentirmos a voz de nossa alma. Muito fácil seria lhe dizer "pai, aguenta firme, pai tenha força, tenha paciência", mas vejo que tudo isso gera uma hipocrisia disfarçada. Digo hipocrisia pois se estivesse em seu lugar, não teria calma, não teria paciência e não teria força. Durante esses útimos tempos, não foi fácil, encaramos de nosso modo.

Quando tinha dito que você tinha risco de morte, os técnicos em enfermagem me olharam apavorados, pensando "...meu Deus, que criatura fria e sem coração, que rapaz insensível..." Mas pergunto, por quê temer a morte se ela é certa a todos?Por que não conversar sobre isso? Por que dizer que está tudo bem se na verdade não está nada bem? Temos medo do desconhecido, por isso tememos a morte. A dor e o sofrimento causados por ela vão permanecer, mas aprenderemos a lidar com ela.

Alguns enxergam e a abraçam a dor com carinho, como companheira de estrada, como uma mestra, uma educadora. Já outros, ainda não chegaram a esse nível e preferem a distância, o isolamento do sofrimento. Certo ou errado? Não meu velho, algumas coisas não podem ser classificadas como certo ou errado, elas apenas existem, apenas acontecem....

Ao longo desses vinte dois anos, demos muitas risadas pelo caminho. Lembro daquela vez em que tu estava fazendo uma música em uma gaita de dois tons e me perguntou o que eu pensava a respeito. Tinha dito que a música era boa, mas porém um pouco repetitiva, então lhe aconselhei a usar o outro lado da gaita para dar uma diferenciada, afinal eu dizia que tinha teoria musical... Então me olhaste e fez uma simples pergunta...Ah tu tem teoria musical é? Mas me responde, quem é campeão sete vezes do Estado do Rio Grande do Sul na gaita de boca?

Silenciei me, percebi que novamente a experiência e a prática ganham da teoria....

Tivemos momentos difíceis também, afinal de contas somos seres humanos, ou seja, estamos provisoriamente na condição humana e por isso temos o direito de cometer erros dos mais variados. Tivemos discussões, tivemos brigas, mas novamente digo te que isso faz parte do aprendizado humano.

Aconselhei te inúmeras vezes a cuidar da saúde, procurar um médico, diminuir um pouco a bebida, o açucar... mas não o fez, mas também não o culpo, afinal de contas não sabia ou não tinha noção do que aconteceria depois. Somos imperfeitos, essa é a realidade, aceitamos o fato ou não. Temos nossos defeitos, temos nossas virtudes, e isso é o que me deixa tranquilo. Saber que todos somos assim, não existe excessão.

Não te deste conta, mas foi meu maior e melhor professor desta existência. Aprendi contigo valores humanos, a ser educado, a ser gentil, a conversar com estranhos. Atualmente tô tentando aprender a não mais me importar com o que os outros pensam, essa lição ainda está um pouco difícil. Um dia chego lá. Em falar em chegar lá, foi meu mestre teórico-prático na disciplina de pacienciologia. Mas digo te que pegarei recuperação nesta matéria.

Aprendi também que açúcar demais pode ser uma bomba relógio a longo prazo, mas prometo, vou diminuir ele. Outra coisa, podemos ser tachado de loucos, por expressarmos nossa verdadeira identidade, nosso jeito peculiar de ser, mas penso que o verdadeiro louco é aquele que tem vergonha de ser o que ele realmente é. Mas continuamos a fazer de conta que os outros são os normais...

Por isso, agradeço te por ter me recebido em tua família como filho mais novo, o temporão. Aquele que também carrega em seu âmago a semente da arte, a arte da música. Pode deixar, de uma forma ou de outra gravaremos ainda aquele cd. É claro que alguns arranjos eu mesmo criarei, afinal de contas também tenho parte nesse negócio, principalmente nos lucros...

Digo te que todo o sofrimento de agora, toda a angústia e todo o medo é passageiro. Em um futuro não muito distante daremos gargalhadas a respeito desse momento de dor e sofrimento. Mas por hora peço que fique bem, nós aqui desse lado ficaremos bem. Talvez esse seja o momento da separação provisória, mas mais cedo que imaginas voltarás como meu terceiro filho e aí meu caríssimo, as coisas vão se inverter.

Se o Engenheiro Mestre me permitir, terei a capacidade de transformar essa dor em força para ajudar meus semelhantes. Serei uma pessoa melhor, tudo isso, graças a ti grande mestre...

E então eu serei o dono do pedaço, serei seu educador e seu amigo mais confidente. Até lá, o tempo voa, anda a cavalo, ou se desloca como um trem bala. E caberá a você ser o responsável por minha homenagem quando chegar o final de meus dias aqui neste plano...

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Forte abraço, Turíbio Júnior....

quarta-feira, 10 de março de 2010

Ah tenha santa paciência caramba!!!!!!

Pode me chamar de ortodoxo, tudo bem, eu entendo, agora temos que ter uma noção do tipo de roupa que a gente usa não? Pois bem, se vamos a universidade, em teoria significa estudar, botar os neurônios a trabalhar, temos que ter uma roupa adequada a tal lugar. Até porque nunca vi em casamento o noivo usar bermuda e prancha de surf...

Só que nem todos tem essa noção. E o pior, conseguem ganhar até status por isso, vê se pode? É o casa da guria aquela que tava com a saia pronta para o combate na Uniban, se não me falha a memória. É meus caros, com tal fato, ela ganhou repercussão nacional. E isso não é julgar, mas sim evidenciar algo que foi exposto pelos veículos de informação. Simplesmente não entendo, talvez seja burro, ou pense mais com a cabeça de cima e menos com a cabeça de baixo, não sei....

Mas uma coisa admito, conseguir transformar o vexame em status não é para qualquer um. Eu não conseguiria, até por que saia não combina muito comigo, iria ressaltar minhas pernas cabeludas e de lagartixa. Mas fazer o quê, quem pode pode...quem não pode quebra a cabeça fazendo trabalho de conclusão de curso....


Detalhe: Ela está sendo capa de uma revista relacionada com cirurgias plásticas. Sim, segundo tal revista ela gastou aproximadamente R$ 16.450,00. É, pelos meus cálculos, poderia pagar umas quatro pós graduações.Mas eu não sou ela, e ela também não é eu. Ainda bem, quem sabe com mais uns 60 mil ela poderia fazer uma plástica no cérebro hein? Ahãm...massa impensante...tsc tsc tsc

A propósito, não declaro guerra contra cirurgia plástica. Mas tudo que é demais faz mal. Em um país onde o salário mínimo chega a uns 500 reais, a cirurgia plástica é algo para privilegiados. Apenas contesto a mídia fazer uma exposição de forma benéfica e santificar algo que não pode ser santo. Mas, perae, por que estou escrevendo a respeito disso? Ih, não sei!!

Aff

terça-feira, 9 de março de 2010

Maquiagem...

Bãh vi um programa de relance que literalmente caíram as minhas órbitas oculares. Era um programa tipo assim... de famosos sem maquiagens, sem fotoshop e derivados. O resultado, um tanto catastrófico. Eram velhos, ruguentos e o mais importante: pareciam seres humanos, não meros produtos da indústria cinematográfica. Até aí tudo bem, no problems, mas o que me deixou apalermado foi o comentário dos apresentadores. Bom, nem me lembro direito, mas sei que foram frases infelizes...

Acontece que envelhecemos, pode ser rico, pode ser pobre, asiático, africano ou europeu. Pode se retardar um pouco os efeitos da velhice,(eu disse um pouco) seja com botox, cirurgias plásticas, pelancotectomia, enfim... Mas envelhecemos, faremos o quê? Fugir da velhice sempre? Não dá né, cansa, dói as pernas, até por que exercícios físicos em excesso também fazem mal. Um dia enferrujaremos...